O que é o
aborto?
Um aborto ou
interrupção da gravidez é expulsão prematura de um embrião ou feto do útero,
decorrente da sua morte ou sendo esta causada. Isto pode ser espontâneo ou
provocada, provocando assim o fim da gestação, pondo fim a actividade biológica
do embrião ou feto, mediante do uso de medicamentos ou realização de cirurgias.
Tipos
O aborto
geralmente é dividido em dois tipos, aborto espontâneo e aborto provocado.
Outras classificações também são usadas, de acordo com o tempo de gestação.
Aborto espontâneo
Aborto
espontâneo, involuntário ou casual, é a expulsão não intencional de um embrião
ou feto antes de 20-22 semanas de idade gestacional. Uma gravidez que termina
antes de 37 semanas de idade gestacional que resulta em um recém-nascido vivo é
conhecida como parto prematuro ou pré-termo. Quando um feto morre no interior
do útero após a viabilidade, ou durante o parto, geralmente é chamado de natimorto.
A causa mais
comum de aborto espontâneo durante o primeiro trimestre são as anomalias cromossómicas
do feto/embrião, que contabilizam pelo menos 50% das perdas gestacionais
precoces. Outras causas incluem doenças vasculares, diabetes, problemas hormonais,
infecções, anomalias uterinas e trauma acidental ou intencional. A idade
materna avançada e a história prévia de abortos espontâneos são os dois factores
mais associados com um risco maior de aborto espontâneo.
Aborto Provocado
O aborto
provocado, ou interrupção voluntária da gravidez, é o aborto causado por uma acção
humana. Ocorre pela ingestão de medicamentos ou por métodos
mecânicos. A ética deste tipo de abortamento é fortemente contestada em muitos
países do mundo mas é reconhecida como uma prática legal em outros locais do
mundo, sendo inclusive em alguns totalmente coberta pelo sistema público de
saúde. As razões desta discussão passam por definir quando o feto ou embrião se
torna humano ou vivo (se na concepção, no nascimento ou em um ponto
intermediário) e principalmente pelo direito da mulher grávida sobre o direito
do feto ou embrião.
O aborto
provocado possui as seguintes subcategorias:
- Aborto terapêutico
- aborto provocado para salvar a vida da gestante
- para preservar a saúde física ou mental da mulher
- para dar fim à gestação que resultaria numa criança com problemas congénitos que seriam fatais ou associados com enfermidades graves
- para reduzir selectivamente o número de fetos para diminuir a possibilidade de riscos associados a gravidezes múltiplas.
- Aborto electivo: aborto provocado por qualquer outra motivação.
Outras classificações
Quanto ao tempo
de duração da gestação:
- Aborto subclínico: abortamento que acontece antes de quatro semanas de gestação
- Aborto precoce: entre quatro e doze semanas
- Aborto tardio: após doze semanas
Segurança
Quando uma
mulher pretende fazer um aborto provocado, tem que ter atenção aos riscos de
saúde, estes dependem se o procedimento é realizado com segurança ou sem
segurança. A Organização Mundial de Saúde define como abortos não-seguros
aqueles realizados por pessoas sem competência , equipamentos perigosos ou em
instituições sem higiene. Os abortos legais realizados nos países desenvolvidos
estão entre os procedimentos mais seguros na medicina. Nos Estados Unidos, a
taxa de mortalidade materna em abortos entre 1998 e 2005 foi de 0,6 morte por 100.000 procedimentos
abortivos, tornando o aborto cerca de 14 vezes mais seguro do que o parto, cuja taxa de mortalidade é de 8,8 mortes por 100.000 nascidos vivos.
O risco de
mortalidade relacionada ao aborto aumenta com a tempo de gestação, mas
permanece menor do que o do parto até pelo menos 21 semanas de gestação. Isso
contrasta com algumas leis presentes em vários países que exigem que os médicos
informem aos pacientes que o aborto é um procedimento de alto risco.
A aspiração
uterina a vácuo no primeiro trimestre é o método de aborto não-farmacológico
mais seguro, e pode ser realizado em uma clínica de atenção primária em saúde, clínica de aborto ou hospital. As complicações são raras e podem incluir perfuração uterina, infecção pélvica e retenção dos produtos da concepção necessitando de um segundo
procedimento para evacuá-los.
Existe
controvérsia na comunidade médica e científica sobre os efeitos do aborto. As
interrupções de gravidez feitas por médicos competentes são normalmente
consideradas seguras para as mulheres, dependendo do tipo de cirurgia
realizado. Entretanto, um argumento contrário ao aborto seria de que, para o
feto, o aborto obviamente nunca seria "seguro", uma vez que provoca
sua morte sem direito de defesa.
Os métodos que
não são realizados com acompanhamento médico (uso de certas drogas, ervas, ou a
inserção de objectos não cirúrgicos no útero) são potencialmente perigosos para
a mulher, conduzindo-a a um elevado risco de infecção permanente ou mesmo à
morte, quando comparado com os abortos feitos por pessoal médico qualificado.
Segundo a ONU, pelo menos 70 mil mulheres perdem a vida anualmente em
consequência de abortos realizados em condições inseguras, não há, no entanto,
estatísticas confiáveis sobre o número total de abortos provocados realizados
no mundo nos países e/ou situações em que o aborto é criminalizado.
Existem, com
variado grau de probabilidade, possíveis efeitos negativos associados à prática
abortiva, nomeadamente a hipótese de ligação ao câncer de mama, a dor fetal, a
síndroma após o aborto. Possíveis efeitos positivos incluem redução de riscos
para a mãe e para o desenvolvimento da criança não desejada.